CPI dos Combustíveis convocará três distribuidoras que ignoraram comissão e Tarcísio Jardim diz que há indícios suficientes de irregularidades
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Combustíveis na Câmara Municipal de João Pessoa convocará três distribuidoras que ignoraram o primeiro convite para prestar esclarecimentos. O relator da comissão, vereador Tarcísio Jardim, disse em entrevista ao programa Arapuan Verdade, nesta quinta-feira (23), que há indícios suficientes de irregularidades praticadas por distribuidoras.
“A gente ouviu quatro distribuidoras que estiveram presentes na última sessão, na última quarta-feira. As que não estiveram presentes, mandaram representantes e entregaram os documentos solicitados, enviaram para o e-mail da CPI. Três distribuidoras, que são responsáveis pela maior parcela de fornecimento de combustíveis, não estiveram presentes, não mandaram documentos, não mandaram representantes e não justificaram”, informou o vereador, como acompanhou o ClickPB.
Segundo Tarcísio, essas distribuidoras, “então, agora foram convocadas para comparecer na próxima quarta-feira [29/10]. Se não comparecerem, vamos enviar ofício ao Judiciário, porque só uma autoridade judicial que pode determinar a condução coercitiva, para que as distribuidoras estejam presentes. Se o Judiciário negar, aí já não é responsabilidade da CPI.”
Indícios
O relator disse, ainda, que a CPI está trabalhando junto à Polícia Civil para coletar informações através de cruzamento de dados que confirmem e materializem indícios de irregularidades que estão sendo verificados.
“Ontem [22/10], nós reunimos com o delegado-geral André Rabelo, para que seja usada a estrutura da Inteligência para que a gente faça acesso e cruzamentos de dados que eu preciso para materializar os indícios que nós já temos”, contou.
O vereador revelou que “indícios a gente já tem mais do que suficiente. Os indícios são de padronização de comportamento na precificação, comportamento e restrição de fornecimento de combustíveis por parte da distribuidora. Eles não obedecem à mesma padronização de aumento quando há redução no preço. Por exemplo, quando o preço é aumentado, eles implementam o reajuste mesmo que haja estoque comprado com o preço mais baixo. Mas agora que a gente teve a redução, esse mesmo padrão não é usado para o desconto. Ou seja, para aumentar eles aumentam mesmo que tenha estoque, mas para baixar não abaixa porque tem o estoque.”
Redução no preço dos combustíveis nunca é colocado automaticamente
Tarcísio Jardim pontuou que “o desconto eles nunca colocam automaticamente porque eles justificam a questão dos custos adicionais que não são implementados quando a Petrobras dá o desconto. Verificar isso aí é uma atribuição dos órgãos do Procon que já foram oficiados pela CPI para que fiquem de olho. Eles vão observar qual o preço o combustível está chegando pelas distribuidoras e qual o preço que esse combustível está sendo vendido pelos postos.”
O relator disse ter notado “que as distribuidoras jogam a culpa para os postos e os postos jogam a culpa para as distribuidoras, como se ninguém fosse responsável. Mas, no final de tudo, a gente não vê esse desconto chegar à bomba.”
Questionado se a comissão identificou ligação empresarial entre distribuidoras e donos de postos de combustíveis, o relator relatou que “a CPI quer avançar na investigação, junto à Polícia Civil para saber se há ligação empresarial entre os donos de postos e as distribuidoras.”
A comissão deve ter atualizações até esta sexta-feira (24), segundo informou Tarcísio Jardim.
Confira a entrevista completa



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